quinta-feira, 16 de maio de 2013

Prefeitura de Niterói define trajeto para a TransOceânica


10/03/2013 - O Fluminense, Bruno Uchôa

Obras terão início em 2014 e município já trabalha no projeto do BRT da Região Oceânica à Charitas. Recursos são provenientes do PAC, diz a secretária de Urbanismo, Verena Andreatta

As obras para a implantação da TransOceânica, que ligará o Engenho do Mato a Charitas, devem começar até o próximo ano. A informação foi confirmada pela secretária de Urbanismo, Verena Andreatta. Os recursos para a obra, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), foram anunciados na quarta-feira pela presidente Dilma Rousseff. Serão R$ 292,3 milhões.

O BRT terá 9,3 quilômetros de extensão, seguindo o trajeto da Avenida Francisco da Cruz Nunes, com previsão de quatro pontos de parada, além dos dois terminais e a construção do túnel Charitas-Cafubá. A secretária informou que a Pasta está trabalhando no projeto executivo do BRT.

“Nós concluiremos o projeto ainda este ano e as obras devem começar em 2014. Os recursos foram liberados e vamos começar as negociações com a Caixa para liberação dos recursos”, disse Verena.

O BRT começará na interseção da Avenida Francisco da Cruz Nunes com a Avenida Irene Lopes Sodré, próximo ao 4º Grupamento Marítimo, onde será erguida a Estação Terminal do Engenho do Mato. A segunda estação está planejada para ser construída na interseção entre Francisco da Cruz Nunes e a Avenida Central, perto de um posto de gasolina.

O terceiro ponto, Estação Piratininga, está previsto para uma área próxima ao Itaipu Multicenter. De lá a próxima parada do BRT segue o encontro entre a Francisco da Cruz Nunes e a Avenida Conselheiro Paulo de Mello Kalle, junto ao DPO da 1ª Companhia. A quinta estação será implantada na Praça do Cafubá e a estação terminal será ligada às barcas em Charitas.

Para evitar processos mais longos de desapropriação de imóveis, um segundo trajeto está sendo estudado pela Pasta. A alternativa ligaria as estações da Praça do Cafubá e do Itaipu Multicenter através da Avenida Raul de Oliveira. Segundo a Secretaria de Urbanismo, a construção do BRT irá reduzir a distância entre Região Oceânica e Charitas de 18 quilômetros para 10,5 quilômetros.

Os ônibus devem viajar a uma velocidade de 50km/h e tempo gasto para percorrer toda extensão da TransOceânica será de aproximadamente 20 minutos. Hoje, segundo a Secretaria de Urbanismo, os motoristas gastam 1 hora e 15 minutos de ônibus e 50 minutos de carro para fazer o trajeto completo. “Hoje é uma demanda de quem mora em Itaipu e no Engenho do Mato, não perder tempo de suas vidas no transporte e não demorar horas para chegar ao Centro. Os bairros da Região Oceânica vão ter opção de transporte com qualidade”, disse Verena.

A secretária de Urbanismo disse também que o projeto inclui a construção de uma ciclovia em toda a extensão da TransOceânica. As estações também terão espaços para estacionar as bicicletas. Porém, a passagem das bicicletas por dentro do túnel de 1,3 quilômetro ainda está sendo estudada. Uma das preocupações, diz Verena, é evitar os acidentes e atropelamentos na via, como ocorreu na implantação do BRT na cidade do Rio.

“O que acontece é que a infraestrutura nasce de forma dissociada do entorno. Aí a pessoa tem que atravessar uma rua para chegar à estação e acaba atropelada. A culpa é da pessoa? Não. Queremos trabalhar projetos específicos no entorno destas estações para que (a população) chegue com conforto e segurança às estações atravessando a rua com segurança e semáforos bem planejados. As vias transversais vão ter que ser pensadas de forma planejada”, afirmou o subsecretário Renato Barandier.

TransNiterói – A construção da TransOceânica não vai resolver o problema do trânsito na cidade. Segundo Verena Andreatta, apenas com a implantação também da TransNiterói o fluxo da população dentro da cidade poderá ser equacionado. O segundo BRT ainda está sendo planejado. A expectativa da Pasta é que as obras para o corredor exclusivo sejam iniciadas em 2015. A TransNiterói será ligada à TransOceânica na estação situada no DPO da 1ª Companhia e chegaria à Alameda São Boaventura via Largo da Batalha.

Segundo Verena, os dois BRTs vão desafogando o trânsito da cidade, melhorando a qualidade de vida também nos bairros centrais. “Queremos animar as pessoas a usarem o novo sistema de transporte público. Queremos que todas as pessoas que se locomovem de automóvel não cruzem a cidade, que está densa e não aguenta mais trânsito em regiões com o Centro e Icaraí. São Francisco, Bairro de Fátima e Santa Rosa também serão bairros com melhor qualidade de vida após essas vias”, afirmou a secretária.

Outra consequência da construção dos BRTs será a mudança da geografia urbana da cidade, afirma Verena. Com acesso mais rápido à Região Oceânica, o objetivo é que haja uma migração da população para aquela região, aliviando os bairros da Zona Sul. “As pessoas querem morar perto destas infraestruturas de transporte. Vão ser avenidas planejadas, com arborização e paisagismo. Essas infraestruturas direcionam o crescimento da cidade. São áreas que podem ser adensadas. A Região Oceânica é a que tem a menor densidade urbana da cidade. Toda infraestrutura de transporte gera valorização”, concluiu Verena Andreatta.

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